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Artigo de Lauro Bacca “Nossa Casa Comum”

Nossa casa comum

“É inaceitável quando o sistema privilegia o lucro em detrimento de coisas como a vida”

Como cultivar a espiritualidade se não existe dignidade humana por injusta falta de boa alimentação, moradia e roupa para todos? Morar numa casa deteriorada e emporcalhada, por exemplo, é indigno. Acontece que nossa casa comum, o Planeta Terra, está cada vez mais emporcalhado por lixo e resíduos, falta de saneamento, queimadas e poluição e deteriorada pelas mudanças climáticas, erosão, destruição dos ambientas naturais e perda do caudal da vida ou biodiversidade. Daí os aplausos da coluna ao “Casa comum, nossa responsabilidade”, lema da 4ª edição da Campanha da Fraternidade Ecumênica (CFE), que acontece na Quaresma deste ano.

O enfoque principal, mas não único da atual edição da CFE, será o saneamento básico. “Trata-se de uma questão fundamental para garantir vida com dignidade (…) é necessário lutar por políticas públicas sem deixar de fazer a parte que cabe a cada pessoa”, declarou dom Flávio Irala, bispo da Diocese Anglicana em São Paulo e presidente do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (CONIC).

O CONIC é composto pelas igrejas Católica Apostólica Romana, Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, Episcopal Anglicana do Brasil, Presbiteriana Unida do Brasil e Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia. A CFE deste ano conta ainda com a participação do Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e Educação Popular (CESEEP), a Visão Mundial e a Aliança de Batistas do Brasil.

O ecumenismo amplia, impulsiona e valoriza a tradicional Campanha da Fraternidade dos católicos, traz para dentro das comunidades religiosas, no caso deste ano, a reflexão sobre os graves problemas ambientais da atualidade, cobra dos governos mas também lembra que a responsabilidade é de todos. Responsabilidade demonstrada pelo Projeto Galo Verde da Igreja IECLB, hoje também ecumênico, que pretende tornar as instalações físicas das paróquias mais adequadas ambientalmente, ou, pela encíclica Laudato Si do Papa Francisco, indicando que a preocupação ambiental não está divorciada da questão religiosa e espiritual.

Corretíssimo o CONIC em tratar deste atualíssimo e relevante tema no seio de suas comunidades, lembrando que praticamente todos os sistemas políticos e econômicos poluem e degradam. No caso do sistema capitalista, obviamente, é inaceitável quando este privilegia o lucro em detrimento de coisas fundamentais como a vida, a saúde e o bem-estar.

Lauro Eduardo Bacca (artigo para o JSC de 10/03/2016)

 

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